quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Fossa de Babel Episódio 5


Na Fossa não existem notícias vamos a uma espécie de agência e pedimos que nos sirvam ora de sondagens ora de noticias que depois projectamos-as nos olhos que existem espalhados por toda a Fossa. Essas são as que controlam realidade, as que são agendadas. Depois existe a rede noticias subterrânea que fazem chegar noticias que realmente interessam às pessoas (se é que nos podemos sentir pessoas aqui).
O problema é que os olhos projectores estão chipados e gravam as notícias verdadeiras e aproveitam para fazer um padrão sobre o que as pessoas preferem ouvir e ver absorvendo tudo.
Quando nos encontramos já cá algum tempo começas a ter fobia, uma certa psicofobia das notícias ou perdes a insanidade ou tentas dar a volta como "um escritor" por necessidade, necessidade de fugir à realidade.

Gravados da Fossa 003





Por entre o meio de uma conversa alheia surgiu-me a ideia de fazer uma série de palhaços alados. Estás já é a segunda fornada. Gostava-a de a dedicar ao Falecido Raul Solnado sem querer abrir a boca....mas nunca mais o esqueço à porta da roulote a dizer:
- MUÍDO ; OS PALHAÇO NÃO TÊM PIADA!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Fossa de Babel Episódio 4

Babel foi a votos do burburinho matinal às ruas desertas pela fim da tarde antes dos grandes olhos começaram a debitar imagens e informações sobre os resultados.
Ganhou o a partido do poder mas perdeu a maioria absoluta e todos os partidos comemoram pequenas vitórias. Na Fossa também se votou no meu caso votei na mesa dos "sinistrados" com o Presidente do Conselho Municipal a guardar a ala, talvez temendo alguma acção de sabotagem...já tenho alguns anos de Fossa ponderei e actuei com prudência.
Mas voltando ao resultados na Fossa pediu-se o voto em branco, números que ainda não consegui confirmar por isso uma estranha sensação de estar sozinho.Vêm aí as autarcticas a questão muda de sentido , vota-se por o homem e não pelo partido, será que depois de estes anos todos ainda me vou sentir assim tão democrata? A democracia existe para servir o povo, e não para se servirem dela enganando o povo..

tiradas urbanas 2


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Gravados da Fossa 002

Dei-te um vestido
de palavras escarlate
rainha do prometido
deste-me um xeque-mate

Desapontamentos 0006



Hoje acelerava para fugir do Sono
em busca da estrada perdida da felicidade

domingo, 27 de setembro de 2009

Anotações 001

Das vivências guardam-se os bons momentos, é o segredo aqui na Fossa de outra forma a vida seria insuportável. Hoje é Domingo e não quero fazer homilia fico-me por aqui.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Fossa de Babel Episódio 3

Babel ordena....a Fossa resiste arduamente, começam a faltar ideias e as que existem ficam presas nas teias tramadas por Babel. Mas existem dias em que o fumo de Babel não nos obstina e conseguimos ver o céu sentir a brisa a embalar as canas que suavemente se vergam deixando antever as dunas.
Hoje é Sexta-Feira ultimo dia da semana milhões de pessoas reduzem o ritmo de regresso à Fossa para descansar a rotina que lhes rouba o sorriso ainda controlados pelos altifalantes que vão ordenando e ditando o que está a acontecer, uma espécie de esquizofrenia em directo que não cessa.
Mas voltando ao que me aquece no dia de hoje é a contemplação em silêncio à procura da paz do sorriso puro que me liberta as toxinas venenosas.

Desapontamentos 005


As flores do abismo têm espinhos
são as mais belas e texturadas
pois no fim dos caminhos
elas procuram estar sossegadas
na esperança que alguém lhe deite a mão
na vertigem ansiosa da escarpa
da queda façam do seu nome a razão
chamando também o vento a fazer de harpa

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

saudade étilica

Árvore que bebe o vento
enquanto eu a aguardente
foges-me do permanente
distorces-me o pensamento

Fossa de Babel Episódio 2


Cinco anos quase sem escrever....Babel tem o seu peso e esmagou-me as emoções que com juntamente com alguns sedativos secou-me as palavras. Cinco anos quase sem ler...e foge-me o raciocínio para conjugar ideias novas.
Na Fossa vivo do instinto, ora virando-me contra o que me agride ora narrando as suas teias infindáveis.
Na Fossa encontro-me limitado a passear sem sair do lugar com sonhos evadidos implementados por uma maquina qualquer. Recordo-me com saudade dos velhos caminhos obscuros de granito, velhas instalações industriais, travessas de caminho de ferro estradas em asfalto por onde se rola em velocidade.
Na Fossa tenho que encontrar os caminhos para chegar a alguém mesmo com os caminhos envenenados, se sentir o vento na cara e a aventura me chamar esperança me guie a bons espíritos.
Afinal o tudo e o nada são plenitude invertidas que fazem nascer algumas palavras como pobreza e luxúria.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Man Ray Deja Vu

monoxido


De pestana meia fechada acordo na Fossa hoje em busca dum Verão perdido que chegou neste dia de Outono. Meio zonzo caminho por a Fossa onde os vidros das montras espelem mensagens como se tivessem poros e deixam mensagens encriptadas para quem as procura.
Não sou grande estudioso mas parece-me que o que sai dos vidros é uma mistura de cilex e monóxido de carbono....
Babel é estranha, mas a sua Fossa não fica atrás.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Outono


A piada....sim a piada sinto falta dela....perdia em Babel e ganhei em troca um saco cheio de amargura. Sorte que ainda sobrou um pouco dela não muito abusiva porque sempre posso morrer por causa dela (de uma piada entenda-se). Já passaram os verdes anos de folha rija sem cair, mas agora ainda não sou inverno mas já caminho nas folhas do Outono.

( "ET" CALL HOME )





Babel é feita de vencedores não há espaço para a diferença, mas na Fossa alguns bons exemplos existem sabemos que nunca iremos ser perfeitos como humanos mas não deixamos a utopia cair. Um bom exemplo (pelo menos pelo que vi) é a Villa Urbana de Valbom em Gondomar espaço construído pela Appc onde se podem ver crianças e pessoas com paralisia a conviver mutuamente estando equipado com 14 casas que poderão servir 36 pessoas segundo a página.
Mas a Fossa conseguiu captar alguns sorrisos num mundo difícil onde a gravidade nos pesa mais

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Desapontamentos 004

O monstro foge da luz...a luz fere-o, nem sempre a luz é verdade pode acontecer um processo inverso às sombras de Platão. Por vezes a luz é apenas electricidade, projecção de fotões nos olhos uma ilusão de excessos o brilho do consumo fácil sem consequências.
O monstro sabe disso e da Fossa pela noite fica perdido com os neons e clarões de Babel mas não vacila já demasiado defraudado.

Gravados da Fossa 001


Na continuidade da Festa das Vindimas na fossa dei descanso ás uvas e aproveitei para ver outras cosias. Os desenhos são antigos mas vi mesmo os espantalhos e os dentes de leão.

domingo, 20 de setembro de 2009

Desapontamentos 003

Que estes versos corram livres
maiores que a esperança no amanhã
pensamentos sem correntes
doce bago na vida da romã
não tenho ninguém a quem pedir fique
porque eu mesmo não sei ficar
tenho medo que o coração petrifique
e já não ter sangue para de novo o bombear
sou mesmo um Quixote perdido
em busca de várias dulcineias
se elas existem ou estou perdido
nas suas infindáveis teias

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sesta

Na sesta procuro a paz
na cegueira do descanso
como uma sombra capaz
dum torcido pinheiro manso

Desapontamentos 002


Já me levas-te as entranhas
tantas vezes mas eu
ainda consigo sorrir
É assim o mundo
manda quem pode
e eu sem conseguir
matar a minha fome
de sentimentos
mas hei-de agir
Já me levas-te o coração
e chicoteaste-o
em público
Esvaiou-se em sangue
fez-se pedra negra
mas eu ainda consigo
mesmo assim sem dentes
sorrir como dantes

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Fossa de Bebel - Episódio 2



Recordo-me das maçãs de quando vivia uma vida "ingénua". Eram belas e perfumadas as macieiras que tombavam sobre o muro do caminho rodeadas de outras árvores floridas.
Mas em Babel as maçãs dão-nos o efeito de Bela Adormecida, roubando-nos a vida substituindo-o pelo sono que nos trás sonhos que perseguimos na vida. Espécie de máquina que nos tortura ao passar 100 anos a sonhar para alguém nos vir despertar, mas foi de certo uma maçã purificada que me fez despertar aqui na fossa.

desapontamentos 001

Multidão digital
segue no codigo binário
trânsito frontal
estado estacionário
e eu pergunto-me
quem será quem
e eu pergunto-me
será que existe alguém
mas não encontro resposta
nos curtos fumantes
e no cimo da encosta
não encontro "diamantes"
resta-me esquecer
que as teclas existam
ou usa-las antes para escrever
textos que resistam

Fossa De babel -Episódio 1


Na fossa sentimos apenas os rumores do que se passa em Babel. Aqui no bréu chegam apenas detritos e monóxido de carbono que fazem as paredes cinzentas e os corações negros.
Mas lá em cima existem as sentinelas que nos observam a toda a hora fazendo-nos sentir parte do enredo deles.
Pelo menos aqui na Fossa não sentimos os seu raios castigadores apesar do frio da solidão.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

natureza perfeita







A primeira fornada de uvas não parecia grande coisa...num mundo perfeito um cacho seria redondinho e as abelhas e os pássaros não iriam comer os seus bagos para a fotografia sair perfeita. Mas na Fossa não é assim. A Natureza é perfeita na sua imperfeição...

nectar






Já dizia Baudelaire "Deus inventou o sono o homem acrescentou o vinho" ou qualquer coisa parecida

condicional


Aqui na fossa deram-nos liberdade condicional e levaram-nos até à Festa das Vindimas, algumas fotos que foram possíveis fazer por entre cortar os cachos de uvas e pisa-las

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Campanha Eleitoral

Aproveitamos ir para a estrada para começar-mos a campanha eleitoral! Se quiserem fazer folhetos da imagem aproveitem ou reenviem-na por email.
Publicar mensagem

fossa em viagem

Avisamos os nossos leitores que durante os próximos dias não estaremos por a fossa habitual deixamos um até já e prometemos "estórias" novas no regresso

caminho que me leva a casa


Embalo no comboio de regresso a casa
penso como Pessoa no cigarro preso na passa
e sei que um dia a vou encontrar
o tempo é uma questão de filosofar
matéria dos caminhos em que a vida nos faz tropeçar
embalo no comboio de regresso a casa
perdido com a velocidade reflectida na janela
desejando a suavidade dum barco à vela
e a rotina comanda a vida num mundo em que tudo é concorrido
com a esperança de escapar dela em um sonho evadido

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

sonho no metro 2

subliminar


Uma árvore subliminar ou uma mensagem vazia, o chegar a casa ao fim do dia.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

FOSSA DE BABEL - EPISÓDIO -1

Começo-me a habituar ao pátio e à luz nos 180º graus sem barras pelo meio a cortá-las como se estivessem a chicotear-me os olhos.Ainda não fiz amizades, mantenho a cara de duro para não sofrer nenhuma surpresa desagradável. Gosto do calor do pátio e de como me faz sentir mais humano do que na cela.
Enrolo o meu cigarro devagar e vejo os outros recluso a jogar à bola e na alegre algazarra que fazem.Aqui somos todos como o pão duro, ainda servimos para muita coisa mas mandam-nos para o "lixo". Ás vezes verto "lágrimas de lixívia" que me limpam a cara da solidão.
Mas alegra-me uma coisa saber que faltam dois anos (um pouco menos) para sair daqui e depois vai ser preciso coragem para viver como um cadastrado....mas tenho muitos dias para pensar no assunto e como aprendi na prisão:
QUANDO TE TIRAREM TODA A TUA HUMANIDADE
É QUANDO NÃO DEVES DESISTIR DELA

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

fazem a musica do vento
centenas de harpas
que eu escuto atento
no caminho para onde vou
e no encalço de quem vem

hoje vou descansar a olhar para ás árvores