sábado, 31 de outubro de 2009


"...Fazem-nos ladrões depois prendem-nos..." UTOPIA - Sir Thomas Moore

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A CITY UNDER THE WATER




Desapontamentos 0017



o corpo está cansado
e parece mais amargo
com o álcool ingerido
na Cidade adormecida
acordada pelos resistentes
que varreram a madrugada
é o ultimo gole
aquele que apaga a tristeza
aberta nos console
e nos deixe sem asas voar
sob o dourado da areia
sob o prateado do mar
e à paz da cama regressar

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Anotações 005


Uma vida na copa das árvores percorridas nas estações, nas fragas, nos vales ou nas alamedas urbanas andam elas vestidas dum tom mais vermelho.
Trepas ás árvores , trepar na vida e tripar da vida tudo acontece numa espiral como a folha de plátano que voa no vento mais forte. Ajudava um cachecol e copo de tintol o primeiro para me sentir agasalhado e o segundo para me sentir desinfectado do resíduos tóxicos existenciais.
Mas enquanto caminho por entre a alameda temo que o tapete de folhas não me guarde da queda mas vou-me enganando e sentido seguro no movimento dos pés que levantam as folhas. Está na altura de enfeitar a cabaça e fazer uma queimada ....

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Fossa de Babel Episódio 17

Os sonhos vieram como chumbo esta manhã. Acordei com a cabeça pesada tentando o máximo esforço para a equilibrar e a mesma não tombar para nenhum dos lados.
Já não tocam as buzinas das fábricas a fossa nesta zona ficou vazia e mesmo o comboio deixou de tocar o que trazia um certo ritmo à cidade.
Estou a acordar e estou como um bloco de cimento não fluem grandes ideias apenas coisas nostálgicas do passado o que me deixa entediado.
Mas num tom marginalizado rumo ao passadiço tento evadir-me por entre as dunas cheia de plantas bem cheirosas que dão o seu tingimento ao cheiro de mar.
Caminhar implica um certo transe, uma maquinação muscular, o corpo torna-se autómato e deixa a cabeça fluir livremente ora na mecânica do passo ora na evasão figurativa.
E perco-me eu na neblina matinal por entra as montanha de areia na esperança de desaparecer com ela quando se elevar ao céu.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Fossa de Babel Episódio 16


Manhã na Fossa Eu sei sou mais um cidadão "cadastrado" sem hipóteses de sucesso na cabeça deles. Voltou donde nunca deveria ter saído dizem eles. E enganam-se porque nunca se volta ao mesmo lugar, o mesmo lugar não existe, existem mais feridas, existem mais anos , mesmo até recordações bonitas mas o lugar nunca lá está, não é relativo é mesmo a relatividade. Acho que tive mais prisão do que dedos e isso quantos nós na garganta dá?, nem a espada de Alexandre me safa do sufoco.
De volta ao lugares exorcitanto fantasmas e vivências que por vezes são cedências por vezes são afirmações da existência sendo um todo resistência do viver e do sentir. E gostava de saber que lugar onde me deitar!
Por isso rumo muitas vezes pela baixa à procura de pegadas de outro tempo ou nem isso apenas deslizando o vazio meio embriagado com o vento meio triste por estar sozinho e não em bando como as gaivotas talvez alguma seja "cadastrada" por uma associação marinha qualquer e talvez possa saber qual foi o " crime" dela e contar-lhe o meu ou ficarmos em silêncio a sentir o peso até ficarmos desertos.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Fossa de Babel Episódio 15

Fossa manhã enublada daquelas em virá um dia El-Rei...mas deve estar sem desconsideração para a a pátria retido com milhares de pessoas que todos os dias tentam cruzar o estreito na esperança de encontrar uma vida melhor do lado de cá da cristandade que os olha cada vez mais com desdém depois de alguns tristes episódios para a humanidade.
Da neblina vem suspense, vem algo que se segue na bruma pois que venha esperança para quem a necessitar e fortuna para quem a busque pois segundo li algures a Europa vai precisar de milhões de "contribuintes" extra-comunitários para a segurança social não entrar em colapso devido ao envelhecimento da população europeia e não é uma maneira correcta a forma como os fazemos entrar...mas andamos a fazer isto à anos...temo que El-Rei não chegue.....

Desapontamentos 0016

trovas da ira
notas feitas de revolta
sem intimidade a existência é dura
a vida passa e não volta
mãos em ferro embrutecidas
morto o corpo por falta de contactos
são as ternuras esquecidas
que fazem fugir os teus actos
escreves rimas para alguém
no teu "pátio interplanetário"
mas por de trás destes muros ninguém vem
paginas mortas dum diário

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Fossa de Babel Episódio 14


Difícil de acreditar mas mais 500 ficaram sem trabalho numa dita empresa, ao mesmo tempo cantam na maquina das canções que as pessoas não têm sobre que falar e eu penso que será mesmo o fenómeno de Babel ou seja todos temos que falar mas não falamos objectivamente das coisas importantes.
BABEL tem de repensar o futuro estamos todo a falar não da mesma coisa mas dos últimos recursos e qual será o último recurso?!, sem querer passar por panfletário barato...????????????????????

tiradas urbanas 4


Fossa de Babel Episódio 13


Fossa de Babel parece que o Outono começa a puxar o frio de leste ou os ventos do sul que trazem chuva é com este tempo em que um homem se sente com fortuna ou não, o frio deixa-nos tristes quando não podemos estar com um bom casaco ou numa casa com uma manta num sofá.
Pois o frio faz-nos sempre lembrar os sem-abrigo e todos os pobre do mundo. Hoje recebi com frio que dois em cada dez portugueses vive na miséria (pelo menos foi o que eu ouvi) e o frio entranha-se Fossa.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Gravados da Fossa 008


Para o Antonio Soares e que um dia conquiste a liberdade dos mares

Desapontamentos 0013


NOTAS SOLTAS

suave bebo um copo no bar
mas na cabeça cheia
já que o copo já vai a meio
não deixo de me questionar
que rumo que vida
que sentido vou eu tomar
e suavidade da bebida
amargo vai-me tornar
se lhe perder a conta
e resposta não encontrar
para sair desta prisão
e na minha vida entrar
mas são apenas notas soltas
nem sequer entrei num bar

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Fossa de Babel Episódio 12



Ontem dia de festa (pelo facto de algumas pessoas estarem a partilhar a amizade e a mesa em comum); Hoje manhã de ressaca pelo facto de jogo dos espelhos e dos clones roubarem muita energia a toda a gente...eu pelo menos queixo-me.
Mas queixas ao lado e feitiço do coração divido pela frente que me fez sofrer mais um pouco antes de adormecer e entrar nos sonhos angustiantes da maquina de babel não porque fossem feios mas porque já foram vividos e para ser sincero com alguma felicidade estejam mil tempestades de areia a tapar-me os olhos mas que fui feliz fui talvez daí a angustia.
Angustia puxa angustia e a angustia de ser feliz faz-me recordar de que já não sou feliz no que toca a companheiras faz uns anos e com os contínuos relatórios emitidos por Babel (não é que não sejam verdadeiros mas já saturam) e a probabilidades vão diminuindo a concorrência chega até a desejar-me nunca mais ter uma mulher na vida. Duro!Pois é isso até o duro me levaram.
Mas alongo a cadeira e por entre o velux vejo o céu não muito azul mas cheio de pássaros que rodopiam alegremente pelo céu por o que eu sei dos mesmos voam já juntos com a fornada da primavera, e fico mais calmo.

sábado, 17 de outubro de 2009

Fossa de Babel Episódio 11

Nos dias calmos em que acordo por a manhã, depois de da uma passeata pela Fossa medito no escritório sobre a vida estabelecida.
Ora se é mau falar do passado por que te castigam pelos teus erros, ainda pior é falar do futuro que aparece quase sempre em "forma de masturbação" sem querer ferir a susceptibilidade de alguém . Com isto quero dizer que estou encerrado no presente o que se torna perigoso. Mas também não quero que pensem que a vida por aqui é só angustia digo isto porque vi há dias numa parede:

O FUTURO É A RESSACA DO PASSADO, E O PRESENTE NÃO EXISTE.

Não sei quem o fez mas vou "bufar" o meu ego.

Anotações 004

Entrega a tua arma
e escolhe uma disciplina

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Gravados da Fossa 007



- tributo a Hieronymus Bosch

Desapontamentos 0012


escrevo lixo aos pontapés
quer no luxo quer no porão
na viagem dos porquês
no navio sem regresso
rezo por vezes uma oração
fecho a boca e não digo nada
e todas as palavras querem vir
suspendo o cérebro do fluir
e toda a paz parece querer sair
e ser una no universo

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Gravados da Fossa 006



Estavam há uns anos na gaveta.Não só coisas más saiem delas

Despontamentos 0011

Sonhos contados
no altifalante da praça
somos animais feridos
mas mantemos a raça.
Do público vem o alvoroço
de nos gostar ver na desgraça
antes de ser o homem; o moço
que sonhava que a vida é sempre em graça.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Gravados da Fossa 005

Fossa de Babel Episódio 10



Na Fossa por vezes vamos trabalhar para os campos vizinhos da "cidade (a fossa é algo mais complexo)". O ar enche-se de perfumes das árvores de fruto, das pequenas plantas "insignificantes" que ninguém já sabe o nome e o uso e de dezenas de insectos que nos comem a paciência.
Gosto de começar devagar entrar no ritmo da natureza até acabar na dureza de me sentir parte da terra castanho como ela. Hoje começamos a tratar das couves as que provavelmente serão comidas no Natal se os ciclos do mundo andarem certos.
Depois apanhamos os feijões que noutros tempos eram o mote para fazer serões enquanto se descascavam a volta duma bela cavaqueira, mas que dão trabalho a apanhar dão.
Regressamos à Fossa um duche mais um esforço para fazer este texto no tel'operador e voltamos para os sonhos "comprimidos" de Babel.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Anotações 003




Na Fossa os dias começam a ficar pequenos. Resiste-se ás agressões em volta. Um homem com um mau passado dificilmente é deixado em paz. Deveria ter percebido isso nas dezenas de westerns e filmes que vi num Antigo Cinema já demolido talvez das coisas mais interessantes da cidade. Quase sempre ao condenado restava-lhe o o caminho solitário ao por-do-sol. Mais um pôr de sol mas eu um dia ainda conto aqui história.

Contador de História 0002



Dois sapinhos brincavam junto a uma tina de leite quando de repente o chão fugiu-lhes dos pés num salto mais acrobático e caíram os dois dentro da tina.
Por mais que tentassem subir por as paredes acabavam sempre por escorregar. Atrapalhados vira-se um sapinho para o outro:
- Nunca mais vamos conseguir sair daqui vamos morrer afogados, estamos perdidos.
O outro sapinho retorquiu:
-Não por mais que me custe vou sair daqui vivo.
Passado uns minutos o primeiro sapinho deixou de nadar e afogou-se no leite. O outro sapinho nadava sempre vigoroso fazendo cada vez mais força e quando já não tinha mais forças para nadar e e desistiu só que de tanto nadar o leite tinha-se transformado em manteiga e o sapinho salvou-se de morrer afogado.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

traz outro amigo também

Nunca soube quem vinha visitar a Fossa tirando meia dúzia de amigos a quem dei o link. Sei de outra mão que quem me vem visitar a Fossa é mais raro. Virtualmente dizem-me que passa cá por cá muito gente grande parte dela para se "rir" da Fossa o que é positivo pois eu mesmo exercito os meus fantasmas aqui, mas uma coisa é certa este site é uma extensão da minha pessoa doa a quem doer e também dói a mim mesmo.
Como diria Zeca Afonso venha quem vier por bem e que traga outro amigo também...

Democracia


Estou cansado (parece o recorrente) mas na Fossa a energia voa como se fosse sugada por poros depositados nas paredes para o cidadão não ser activo.
Ontem fomos votar desta vez para a autarquia, a Junta de freguesia e a Assembleia Municipal..
A votação não foi digna da democracia passo a explicar:
- Em primeiro lugar a mesa de voto esta virada de forma a que
pudessem ver o que eu estava a fazer o que fizeram e ainda relatou minuciosamente o que eu estava a fazer.
- Enquanto dobrava os boletins de voto ainda cometeu a disparidade de ler o meu número mecanográfico do Cartão do Cidadão e dizer ainda mais alto este esteve Preso ou pertence a alguma organização secreta.
A democracia devia ter vergonha de fazer estes episódios mesmo que seja uma tradição da treta que eu não tenha percebido, mesmo que esteja a castigar um ex-fascista (ou lá como me tratam). VERGONHA!

Desapontamentos 0010


No calor da tarde
num verão esquecido
procuro em mim a parte
que não está a adormecida
e vai chorando o acordeão
numa cidade imaginária
acompanhada pelo violão
em cadência quaternária
despertando os sentidos
magias e desilusões
episódios secretos
em que a vida nos faz ser "burlões"

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

under the rgb sun

Ouço uma faixa dos The Clash na maquina das canções, assim chamadas na Fossa porque estão adaptadas com duas extensões que ligadas ao corpo nos fazem compreender os sentimentos dos artistas, em Babel já não existem e por cá arranjam-se problemas por as ter.
Ouço "Guns of Brixton" e recordo-me da liberdade inconsciênte, das algazarras em grupo e dos esquemas de Adolescentes nos primeiros passos à procura da pequena marginalidade e eu também não era nenhum santo.
Mas todos crescemos são e salvos, duma forma de dizer eu continuo preso não ao Sol de Brixton mas ao sol RGB do monitor apesar dos ataques que os controladores fazem ás maquinas das canções minando as mesmas elas continuam no coração.

sólario atlântico




Era uma vez um muído que passava dias inteiros na piscina. Era assim todos os Verões, para a mãe que trabalhava arduamente era mais seguro que eles estivessem vigiados e por 7$50 (escudos) podia-se passar o dia inteiro nela. Hoje o rapaz cresceu (talvez ainda seja um pouco menino) mas já olha para as formas da piscina de outra forma, descobrindo o feminino que anda ausente da sua vida.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Desapontamentos 0009


Chuva de chumbo
perfura o meu corpo
que voava como Dumbo
o céu era o meu porto
agora que caí ferido de balas
da acabada alma saem todas as falas

P.s.: troquei de cara ao post gostei mais deste boneco

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Poças - URBANAS


Poças - FOSSILIZAR


cave canum

Hoje algo diferente na Fossa para variar é preciso ter cuidado com os cães, esses votados ao abandono e aos maus tratos o que não é necessariamente o caso dos das fotografias.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Fossa de Babel Episódio 9


Futuro...o futuro aqui é a ressaca do Passado e o presente não existe dizemos nós na Fossa. O presente é condicionado por os esquemas "maquiavélicos" do psicólogos de Babel, que por vezes tb nos salvam...mas continuam a abusar nos testes deixando-nos formatados ao que eles querem.
No meu caso até tenho certas sensações que nunca tive, uma espécie de espetadela no corpo que foi crescendo com os anos. Na Fossa eu compreendo os estudos desde que eles sejam benefício da humanidade e não apenas ferramentas de controlo futuro. Mais ressaca com a chuva?Virá por aí bom futuro?

Contador de História 0001




O escorpião seguia o seu caminho até que se esbarrou com um Rio. Preocupado olhou em volta e a única pessoa que lhe podia valer era um pequeno sapo que chapinava por perto.
- Sapo , ó Sapinho preciso da tua preciosa ajuda.
O sapo não muito convencido e desconfiado até lá foi falar com o escorpião.
- Sabes, Sapo preciso de atravessar o rio mas não sei nadar não me queres atravessar sentado no teu dorso e juntos chegaremos à outra margem.
- Nem pensar - disse o sapo - decerto que me vais atacar.
Mas o escorpião lá argumentou que morriam os dois afogados e outras coisas.
O sapo meio desconfiado disse: Sob então para o meu dorso e começaram a travessia a meio da viagem o escorpião não resistiu e deu uma valente picadela ao sapo cheia de veneno.
_Que fazes -diz o sapo - vamos morrer os dois tu não sabes nadar e eu estou envenenado.
- É da minha natureza! - respondeu o escorpião.


Aprendi esta história com um amigo há uns, não sei se é oriental ou ocidental mas parece-me válida nos dois mundos que se faz em um novo em que até o escorpião teria direito a uma segunda oportunidade