terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Fossa de Babel Episódio 36


O escritor procurava as palavras no teclado o fim do ano aproximava-se e ele não tinha o manuscrito prometido ao editor e o pior de tudo é que tinha uma série de rendas acumuladas por pagar e já não se lembrava da última refeição decente que tomava quase sempre substuituidas por uma caneca de café e uma torrada.
Do seu quarto andar via a vida a passar lá fora, mas o mundo deve estar cheio de escritores solitários numa grande cidade com histórias sobre os seu fantasmas e desencontros.
Tinha de ser agora ou a sua vida voltava para trás, preparou a última porção de café á qual juntou o resto da garrafa de bagaço que o Avô lhe tinha dado nas férias e como que sentiu os seus instintos de escrtita ao virem ao de cima.
Então falou da cidade essa que lhe andava fugida, dos seus jardins, das suas encontas e colinas, do seu rio e de mais além do seu mar. Falou da cidade virtual da internet e das pessoas e das viagens que fez para as conhecer, fartou-se de escrever nessa noite nem se lembramdo de adormecer.
Acordou deitou a barba abaixo vestiu-se a rigor a passou por minha casa bebemos café com bagaço de novo enquanto discutiamos o que tinha escrito.
Ele num acesso de lucidez disse-me.
- Será que vale a pena "vender a alma ao diabo" por falta de assunto maior?
Sorri e retorqui-lhe:
- Deixa lá a realidade é a pior das realidades como alguém já disse, é a ela que estamos presos.
-Acredita que me ajustas-te!
Seguiu para casa e começou a escrever sobre os verdes campos da infância junto ao seu avô e a história da narração inicial tomou rédeas acabando por se tornar num belo livro que acabo de ler andando toda a gente aqui na Fossa a fabricar bagaço clandestinamente devivo a uma das personagens do livro penso ser inspirada do avo do meu amigo escritor.

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