quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Fossa de Babel Episódio 47


Tenho o nariz entupido faz umas semanas, quando menos espero escorre-me um rio de detritos por o nariz a baixo e como sou um homem desprevenido raramente uso um lenço o resultado é fatal, penso serem resíduos de uma situação que me deu mau kharma (sem perceber muito bem o que é mas tenho uma ideia.)
Adiante peguei na minha bicicloflutuadora (veiculo que substituiu as bicicletas , a radical diferença é que não têm rodas e deslocam-se com a força motriz-flutuante). São cinco da manhã faz um "frio de crachar", paro a bicicloflutuadora no topo da colina em frente à cidade reúno alguns galhos e consigo fazer uma fogueira (actividade perigosa nos dias que correm existe sempre o perigo de aparecerem miúdos selvagens incendiários - espécie de meninos perdidos do PETER PAN - mas com uma indute mais violenta tudo devido a superpopulação, muitos deles são abandonados à nascença e crescem por aí ao Deus dará, mas também já existem casos de miúdos reeducados com sucesso).
Heis que o que temia aconteceu apareceram cinco miúdos, o mais velho teria uns doze e o mais novo não mais que quatro. Estavam com mais medo do que eu, pareceu-me, convidei-os para se juntarem ao fogo o que fizeram com toda a graça.
Eram perto das seis quando o momento mágico aconteceu o grande milagre de todos os dias o amanhecer rebentava em frente à colina e eu apontei com o indicador em frente e os miúdos abriram a boca com o ar admiravelmente estupefacto.
Para mim era hora de ir, não o fiz sem oferecer o laser-lighter ao miúdo mais velho, espero que no meio meio da alma selvagem o saiba usar com cuidado.

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