quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Fossa de Babel Episódio 77


Sentei-me em frente ao PC e acendi mais um cigarro e quando se deu o clarão explodir no escuro uma laser-projecção gravada:

Na brevidade do esplendor
da sua efémera existência
é o símbolo do amor
mas quem a mata a ciência
por isso dou-ta no meu regaço
em sinal do meu respeito
desembrulhada sem laço
apenas com a alma que me vai no peito

Ginger

Fiquei meio emocionado com o seu gesto. E regressei à mesa da escola primária.

"A verdadeira lenda do milagre das rosas Nessa manhã a rainha Dona Isabel tinha distribuído pão e algum dinheiro pelos pobres, como era seu hábito, aproveitando
a ausência de seu marido, o Rei D. Dinis. regressava ao palácio, depois da sua benfeitora visita.Dona Isabel caminhou para o palácio e estava já a chegar, quando
para lá se dirigia também um cavaleiro. Rapidamente alcançou a rainha. Era D. Dinis que regressava de Leiria.
Ele tinha proibido a rainha de dar esmolas aos pobres, mas sempre desconfiou que ela o fazia quando ele se ausentava e, agora vendo o volumoso regaço achou que
a tinha apanhado em flagrante. Provavelmente levaria pão e algumas moedas, pensava ele. Perguntou-lhe:
“- Que levais no regaço, minha mui nobre esposa?
- São rosas, senhor, são rosas. – Respondeu a rainha, deixando o rei irado, já com a certeza da desobediência da rainha. Era impossível haver rosas naquela época do ano.
- Podeis mostrar-me essas rosas de Janeiro? – Perguntou D. Dinis ironicamente.
- Se só vendo acreditais na minha palavra... – Dizendo isto abriu o regaço e surgiram as lindas rosas, que deixaram o rei, incrédulo, a exclamar:
- Milagre! Milagre! Em Janeiro não há rosas, só pode ser um milagre. Milagre!"

Tem destas coisas o amor só acreditar-mos nele depois de o termos desacreditado usando a história como um espelho.

Sem comentários:

Enviar um comentário